quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Somente palavras

O mistério envolve tuas palavras
São agulhas quem sabe vorazes
Capazes de ferir a mais dura carapaça

Mas elas não se calam
Ferem-te o peito
Deixam-te sem jeito… de retorno
E gritas
E esperneias
E rasgas a garganta
E as lágrimas abatem-se
Em dilúvio pelo teu corpo…ferido

E não sabes porquê
Mas, as palavras revoltam-se…sobre ti…e sobre mim

São pequenas criaturas
Que corroem a memória
Doem nas entranhas
Mas, apresentam-se estranhas

Assim…
Desenvoltas…
Soltas…
Descaradas…
Impunes…

Sem formação de português
Sem ar cortês
Sem permissão
Sem pedir perdão

Sim, apresento-te a teimosa mente
Que te queria para sempre
Sobre uma bandeja
Assim…demente

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