quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Morro sem perceber o que me aconteceu…

Nesse dia,
Nessa hora,
Nesse raiar de segundo
Quando perdi o mundo…

Morro sem amanhecer mais um dia
Nesse regaço de pura fantasia
Nesse quarto,
Nessa cama,
Nessa trama
Onde perdi a chama…

Morro e não ressuscito
Morro e dou o dito por não dito

Morro e renasço
Mas não me acho…
Não me reencontro

Firo-me nas sílabas pontiagudas
De mais uma palavra
De mais uma recordação
Nesse junco de páginas brancas,
Nesse mar de elevadas chamas
Onde perdi o coração…

3 comentários:

  1. Um imenso prazer reencontrar a tua escrita
    (e logo 10 poemas)
    e a imensa qualidade da tua poesia
    (bem presente em cada um deles).

    Escolhi comentar este por ser, talvez, o que mais gostei de ler.

    Porque tantas são de facto as vezes em que despercebidamente morremos.

    Mas gostei muito de todos.

    Bjo.

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  2. Quedei-me neste teu verso: "Morro sem amanhecer mais um dia", ou imagem, ou união de um confronto de vozes que se exprimem num confronto de luzes... Negro versus claro, sendo o claro, aqui, usado para negar a continuidade normal dos dias... e cortá-la, forçando a emoção que nela se insere - em grito. Forte... intenso... :)

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  3. Cheguei e...gostei.
    (E ao morrermos, damos o dito pelo não dito;-)

    Mas..."morrer faz toda a diferença"

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  A chama que trago dentro Chama por mim Por vezes choro E a chama apaga-se…momentaneamente Chamo silenciosamente…a chama Que muda...