
É ao anoitecer
Ao entardecer
Ao amanhecer
Ele existe e persiste
Em acontecer
É na razão do ser
Na imensidão de tudo perder
Que ele se retrata
Que ele se prostra
Que humedece as palavras
E as deixa crescer
Em si
À sua imagem
A fome de seguir viagem
A peregrinação imaculada
A visão da alma
O empalidecimento
Do dia
O vislumbre da noite
O signo do poema
É neste recanto
Do pensamento
Que a ilusão faz o acontecer
Permitindo
Que ele se descreva
Se revele
Que aconteça
Que seja simplesmente
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