Anestesia
Que adormece as veias da vida
Amargo, ocre, doce e suave
Escavei um nicho com as unhas
Ensanguentadas
Sentia terror…de te perder
Entregue ao sono permaneci
Num casulo fino carmim
Assim deitada sobre ti
Embalada ao som do violino
Anulei o poder do amor
A emoção do tacto
O aroma de um cacto
Existi em ti…esqueci-me de mim
(E ai vivi)
Imutável
Voz passiva
Adormecida
Anestesia
Mas, a noite devolveu-me o dia
A luz lambeu-me a sombra
A alegria devorou a agonia
O abismo elevou-se em mim…sem ti
No cume só existe um lugar…
Devorei-te
Dilui-te
Expeli-te
Anestesia!